O papel do enfermeiro na Triagem e Classificação de Risco

Atualmente, a procura pelos Serviços de Urgência e Emergência (SUE) é significativamente superior à busca pelas UBS. Devido à variedade de serviços disponíveis nos centros hospitalares e à falta de conhecimento da população sobre as competências da Atenção Primária, os SUE são utilizados como atendimento ambulatorial.

A demanda exacerbada pelos serviços de Urgência e Emergência sobrecarrega o sistema de saúde como um todo. Assim, acabam por atrasar e prejudicar o cuidado aos indivíduos em situação de risco. Quanto mais veloz e precisa for a atuação do enfermeiro na etapa de acolhimento, mais eficaz será o atendimento médico. O objetivo das classificações de risco, portanto, é identificar e priorizar aqueles que necessitam da atenção imediata.

Conforme regulamentação do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o estabelecimento dos protocolos de triagem e classificação de risco é atividade exclusiva do profissional de enfermagem. Por isso, é seu dever prezar pela atualização e aperfeiçoamento do processo.

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Atribuições e responsabilidades
De acordo com a Resolução 159 do Cofen, o profissional de enfermagem deve utilizar os métodos científicos adequados para reconhecer condições de saúde e patologias – bem como para prescrever procedimentos competentes à enfermagem. O objetivo é adotar medidas que contribuam para a recuperação e reabilitação do indivíduo e da família.

Por se tratar de um profissional generalista, o enfermeiro responde pelo acolhimento e avaliação inicial dos sintomas. Sua atuação tem como objetivo facilitar a obtenção do diagnóstico, identificar a urgência de atendimento e encaminhar o paciente ao setor clínico adequado, além de acompanhar quem estiver em espera. As equipes de enfermagem também são responsáveis pela manutenção e atualização do histórico clínico.

Como realizar o acolhimento
Para avaliar o estado geral do paciente, reconhecer fatores associados ao quadro clínico e classificar sua prioridade, o enfermeiro necessita de habilidades específicas. Segundo estudo publicado em 2019 na revista científica Enfermagem Atual por pesquisadores da Universidade Federal de Rio Grande (Furg), é preciso ter escuta qualificada, raciocínio clínico, agilidade para tomada de decisões e amplo conhecimento da rede assistencial disponível.
O acolhimento é feito com base protocolos internacionais Australasian Triage Scale (ATS) ou Manchester Triage System (MTS). São analisados fatores como qualidade de respiração, estado das vias aéreas, circulação, estado de consciência e quadro álgico.

Conforme as orientações, a classificação é estabelecida em cinco níveis de urgência, com determinação de tempo máximo de espera para cada categoria, da seguinte forma:

>> Vermelho: representa emergência, em que o paciente necessita de atendimento imediato.
>> Laranja: significa muito urgente, em que o paciente necessita de atendimento o mais prontamente possível. Espera de até 10 minutos.
>> Amarelo: o paciente precisa de avaliação. Não é considerada uma emergência, já que possui condições clínicas para aguardar. Espera de até 60 minutos.
>> Verde: pouco urgente, pois se trata de um caso menos grave. Exige atendimento médico, mas pode ser assistido no consultório médico ambulatorialmente. Espera de até 2 horas.
>> Azul: não é urgente. São casos de menor complexidade e sem problemas recentes. O paciente deve ser acompanhado no consultório médico ambulatorialmente. Espera de até 4 horas.

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