O que é a Microcefalia? E o que o profissional de Enfermagem precisa entender!

A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a 32 cm.

O que causa a Microcefalia?

Essa malformação congênita tem relação com diferentes causas e origens, como substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), bactérias e vírus, além de radiação. No surto de casos recente, daquelas causas infecciosas já conhecidas, como rubéola e toxoplasmose, todas foram descartadas. Por outro lado, as mães das crianças com malformação afirmaram que tiveram os sintomas da doença causada pelo vírus zika no primeiro trimestre de gestação. As indicações já levavam a associar zika à microcefalia nesses casos, embora essa associação não estivesse plenamente confirmada do ponto de vista científico. Ela foi comprovada em novembro de 2015, com a detecção por especialistas do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz do vírus no líquido amniótico dos bebês e, depois, no cordão umbilical. Dessa forma, foi confirmada a cadeia de associação da microcefalia com a zika.

Na atual etapa de estudos científicos, a recomendação do infectologista pediátrico Leonardo Menezes, do Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, é de cautela na avaliação de cada caso de suspeita de microcefalia, já que existem muitas outras doenças que causam essa malformação, como toxoplasmose, diabetes materna não controlada e sífilis.

O que é a microcefalia congênita?

Microcefalia é uma condição rara, cujas causas podem ser genéticas ou ambientais (relacionadas à toxicidade, radiação ou infecção). É definida como uma condição ao nascer em que a circunferência craniana ou perímetro cefálico é menor do que o esperado para a idade no momento do nascimento e o sexo. A microcefalia congênita pode se apresentar como uma condição isolada ou associada a outras condições de gravidade variável, que pode causar desde convulsões, dificuldade de alimentação e efeitos sobre o desenvolvimento da criança, até risco de morte.

Como é feito o diagnóstico da Microcefalia?

A medida mais confiável para avaliar se um bebê tem microcefalia é medir a circunferência da cabeça no momento do nascimento e, novamente, 24 horas após o nascimento. Porém, é preciso observar o momento em que este bebê nasceu, se ele é prematuro, qual é a relação entre a curva do perímetro encefálico, a curva do peso e a curva da estatura da criança; e também se existe a proporção entre o rostinho do bebê e o crânio. Além disso, é preciso realizar o exame neurológico e muitas vezes no primeiro exame já é possível observar algumas alterações do desenvolvimento desse bebê. Ele é mais durinho do que deveria ser, às vezes é um pouco mais alheio. Estas são situações que ajudam também a fechar esse diagnóstico. Se o diagnóstico de microcefalia for feito, uma equipe multidisciplinar de saúde deve iniciar um processo de acompanhamento e monitoramento da criança. As mulheres grávidas devem comparecer regularmente ao acompanhamento pré-natal e o profissional de saúde recomendará os exames necessários em cada fase da gestação.

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